Filha da Noite, ela se esconde entre o absurdo
Eu a persigo, com meu instinto desafiador
“Não olhe!” E eu nem escuto
Vou além do Ódio, da Tristeza e da Dor
Eu danço com Éris em um baile de ultrajes
Ao som das zaragatas dos mortais
Me aconchego nos braços da mãe dos males
Que me acolhe quando quero sempre mais
Já nem sei mais se é hoje é amanhã
Apenas eu vejo os olhares de ira, rio
Pois eu sou do tipo que morde a maçã
Eu cuspo na sua cara e me delicio
Eu sou filha da deusa de cabelos ígneos
Que tem a beleza do escárnio inoportuno
É dela que herdei esse meu sorriso cínico
De quem desfruta a beleza dos contrastes do mundo
O Amor é o açúcar da vida, mas eu gosto é da pimenta
Que graça teriam os beijos sem uma pitada de desavença?
É na Discórdia que descobri as delícias
De gastar minhas, horas, meus dias, minha vida