terça-feira, 14 de junho de 2016
Deus Abençoe a América
Rezo pelo nosso sistema monetário
Para Jesus em promoção no shopping
Eu li hoje no meu saldo bancário
Que Deus está morto em Wall Street
Peguei um cédula e escrevi nela:
Deus abençoe a América!
Toda puta ou estrela de música pop
Todo homem miserável e vazio
São filhos do mesmo pathos pobre
E cantam o mesmo hino sem sentido
Deus abençoe a América!
E o sacro alimento do McDonalds
A cada dia no dai hoje, agora!
E que Jesus me acompanhe
No meu copo de coca-cola
E que Deus abençoe a América
Amém.
quarta-feira, 4 de maio de 2016
A Gênese do Fraco
No começo era um saco de carne mole
Deram-lhe nome 'santo' e um batismo cristão
Desde os primeiros passos mostrou-se um pobre
De cabeça baixa já era uma frustração
Antes mesmo pedir a primeira misericórdia
Sempre taciturno, humilhado por sabe lá o que
Castrado de qualquer reação vívida
Escondido nas frestas da casa, sem nada fazer
Comendo o resto das lombrigas
Já foi corno, barata, rato, cachorro
E ainda assim nunca foi Alguém
Sempre sobrevivente, um metamorfo
Fulano de tal, Fulano quem?
É o que estava escrito em sua placa de funcionário do mês.
Deram-lhe nome 'santo' e um batismo cristão
Desde os primeiros passos mostrou-se um pobre
De cabeça baixa já era uma frustração
Antes mesmo pedir a primeira misericórdia
Sempre taciturno, humilhado por sabe lá o que
Castrado de qualquer reação vívida
Escondido nas frestas da casa, sem nada fazer
Comendo o resto das lombrigas
Já foi corno, barata, rato, cachorro
E ainda assim nunca foi Alguém
Sempre sobrevivente, um metamorfo
Fulano de tal, Fulano quem?
É o que estava escrito em sua placa de funcionário do mês.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Toda Beleza está morta
Já não há mais luz sobre o seio de Afrodite
Foram-se os tempos em que os deuses nos viam!
O Sol em seu exício cria flores com artrite
E a Terra pariu um aborto engulhoso
Só a harmonia desafinada da hilaridade
As Bestas peidavam, comiam e sorriam
Finava-se Apolo e caía a tempestade
O diabo do deserto bailava orgulhoso
E não restou qualquer soneto vivo!
Pois se a poesia se alimenta da Beleza
As palavras estão inanes, adoentadas
E ao poeta, miserável e maldito
A pena é uma arma disparada com a vileza
De quem não crê em mais nada.
Foram-se os tempos em que os deuses nos viam!
O Sol em seu exício cria flores com artrite
E a Terra pariu um aborto engulhoso
Só a harmonia desafinada da hilaridade
As Bestas peidavam, comiam e sorriam
Finava-se Apolo e caía a tempestade
O diabo do deserto bailava orgulhoso
E não restou qualquer soneto vivo!
Pois se a poesia se alimenta da Beleza
As palavras estão inanes, adoentadas
E ao poeta, miserável e maldito
A pena é uma arma disparada com a vileza
De quem não crê em mais nada.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
Ódio
Que me perdoem as canções de amor
Mas o Ódio é fundamental
É o suor do guerreiro em seu furor
O principio Primordial
A flama do coração descontente
Do homem que insurge
Contra a banalidade, o Mal vigente
A rebeldia ante o ilegítimo
Quando a agonia já lhe extravasa o íntimo
E não se pode mais ser passivo
Só o Santo Ódio faz retornar ao caminho
A alma de um cavaleiro perdido
Faça a luz de suas trevas!
E em verdade vos falo
A misericórdia é apenas
A virtude do fraco.
domingo, 21 de fevereiro de 2016
IST KRIEG! IST KRIEG! IST KRIEG!
Declaro Guerra à arte decadente
A arte do vencido, a arte doente
Declaro Guerra aos joelhos dobrados
E da lâmina da palavra
Nenhum de vocês será poupado
Declaro Guerra à arte de medo, de fracassado
A arte do brocha, do feio e do desdentado
Declaro Guerra ao artista tosco, podre
Estou em Guerra contra o medíocre e o fraco
Declaro Guerra às "intervenções", ao panfletismo barato
Declaro Guerra ao cristo moribundo, ao perdão e ao pecado
Declaro Guerra ao ativismo de umbigo
Declaro Guerra à arte de quem é pequeno e escravo
Declaro Guerra ao homem robô, ao acovardado
Declaro Guerra ao poema confortável e monetário
Declaro Guerra a você, a sua mentira, ao seu marasmo
Declaro Guerra ao homem fezes e a mulher rabo.
Que pereçam os sem justiça, os rasos
Que pereçam os ruminantes e os ratos
E que reflita sobre o sangue o podre derramado
A luz do Sol de um novo verso
A luz de um novo homem
Ou que esteja, de fato, tudo acabado.
Assinar:
Postagens (Atom)