No começo era um saco de carne mole
Deram-lhe nome 'santo' e um batismo cristão
Desde os primeiros passos mostrou-se um pobre
De cabeça baixa já era uma frustração
Antes mesmo pedir a primeira misericórdia
Sempre taciturno, humilhado por sabe lá o que
Castrado de qualquer reação vívida
Escondido nas frestas da casa, sem nada fazer
Comendo o resto das lombrigas
Já foi corno, barata, rato, cachorro
E ainda assim nunca foi Alguém
Sempre sobrevivente, um metamorfo
Fulano de tal, Fulano quem?
É o que estava escrito em sua placa de funcionário do mês.