segunda-feira, 11 de abril de 2016

Toda Beleza está morta

Já não há mais luz sobre o seio de Afrodite
Foram-se os tempos em que os deuses nos viam!
O Sol em seu exício cria flores com artrite
E a Terra pariu um aborto engulhoso

Só a harmonia desafinada da hilaridade
As Bestas peidavam, comiam e sorriam
Finava-se Apolo e caía a tempestade
O diabo do deserto bailava orgulhoso

E não restou qualquer soneto vivo!
Pois se a poesia se alimenta da Beleza
As palavras estão inanes, adoentadas

E ao poeta, miserável e maldito
A pena é uma arma disparada com a vileza
De quem não crê em mais nada.